segunda-feira, 31 de março de 2008

O Mercador de Pulgas - 2º Capítulo

O Tayson sempre foi um grande cínico. Desde pequeno ele aprendeu a arte de dissimular, era uma questão de sobrevivência. Em uma ninhada de sete vira-latas, ele tinha que ter um diferencial para não ser deixado de lado. Acabou virando o queridinho da mamãe, a anciã Xuxa. Seus irmãos, todos tomaram diferentes rumos. Três foram enterrados vivos no quintal de casa. O Hollyfield e o De La Hoya foram adotados por outras famílias. O Pitucho, renegado pela Xuxa, ganhou um lar na casa vizinha, virando o grande rival do Tayson. Já o Tayson, como o grande fingidor que sempre foi, fez que fez, até que ganhou um lugar na casa dos Ottafur. No início, ele teve que conviver com o Mingau, um gato preto que já tinha mais de uma década de vida e era o xodó da família. O Tayson sabia muito bem, conquistando o Mingau, ele teria um lugar cativo no lar dos Ottafur. E foi isso que ele fez, virou um grande amigo do felino. Nem parecia que era um cão e um gato. Um dava banho no outro, os dois brincavam juntos, não havia sequer disputa por comida.
Passado algum tempo, já afirmado no posto de bicho de estimação preferido dos Ottafur, deixando de lado o velho Mingau, o Tayson começou a mostrar a sua verdadeira identidade. O vira-lata era um sádico. Mordia, batia, fazia de tudo com o pobre gato. Até tentativa de estupro teve, só evitada por conta de uma afiada unhada desferida no olho direito do guaipeca. A barbárie canina, no entanto, era desconhecida do restante dos seres que habitavam aquele domicílio. Quando alguém estava por perto, ele se comportava como um verdadeiro cavalheiro com o felino idoso e já aposentado.
O Tayson sempre levou a vida assim. Fingindo. Fingindo muito. Quando a sua dona, a Beth, desceu a escada e constatou que a sua estátua preferida, um faraó cortando as unhas das patas de uma gazela, estava quebrada, mais uma vez ele fingiu. Fingiu que nada tinha acontecido. Até de barriga pra cima ele deitou, na expectativa de ganhar cosquinha. Abanava o rabo, abria a boca e fazia cara de agradável, como se nada tivesse feito. No entanto, ao perceber que a expressão da Beth não mudava, ele partiu para o plano B. Saiu correndo como se fosse uma lebre fugindo do matadouro. E a Beth veio atrás.
- TAAYYYSSSSOOOOONNNNNNNNNNNNN!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – era tudo que o bicho ouvia.
Nem olhava para trás, de tão desesperado. O medo de ir para favela impregnava a sua alma canina. Na cabeça dele, a favela era o pior lugar que alguém poderia estar. Sofrera ameaças constantes durante suas crises:
- Se tu fizer isso de novo, tu vai pra favela!
- Tu vai ver só, continua assim que nós te mandamos pra favela!
O Tayson, na verdade, não sabia o que era uma favela. O medo do desconhecido era o que torturava seus pensamentos. Sempre que aprontava, alguém o ameaçava de mandá-lo para favela. Logo ele, um cão tão elegante, de uma linhagem tão nobre, a dos guaipecas, ir para favela. Vê se pode uma coisa dessas! Seria inadmissível. De tão convencido, acreditava que as pessoas deveriam bater palmas quando ele mijava por aí, infestando o ambiente com mau cheiro.
A perseguição continuou até o ponto em que o Tayson se encontrava acuado em um canto escuro da área de serviço. A Beth não era muito alta, menos de 1,60m, mas, naquela altura do campeonato, ela parecia uma gigante. Para o Tayson, ela estava parecendo uma reencarnação do faraó retratado naquela estátua. Os olhos exalavam um ódio incontinente. As mãos pareciam ganchos letais. A boca, um vulcão de palavras impronunciáveis. O cão, coitado, ficou tão minúsculo perto daquele vulto raivoso que se desmanchou em gemidos. Era um tal de ‘cain,cain,cain’ pra tudo que era lado. No entanto, os devaneios misericordiosos do Tayson não foram capazes de evitar que sua dona puxasse do bolso o instrumento que seria crucial em sua vida.

O que a Beth tirou do bolso? O que acontecerá com o Tayson?... Saiba acompanhando o terceiro capítulo de... “O Mercador de Pulgas”

sexta-feira, 28 de março de 2008

O Mercador de Pulgas - 1º Capítulo

O Tayson era o vira-lata da família. Ele era pulguento, vagabundo e barulhento. Não tinha um único dia em que ele não aprontava. Os cantos do sofá já estavam amarelos de tanto que ele mijava lá. Isso sem falar no tapete, que vez por outra levava uma cagadinha básica. A revolta era maior ainda quando ninguém o levava passear.
Em um dia chuvoso e frio, onde nem as rãs ousavam coaxar, o Tayson ficou sem seu passeio matinal. O vira-lata enlouqueceu. Não admitia uma coisa daquelas! A Beth, a dona dele, ainda tentou por panos quentes na situação:
- Tayson, não fica assim, querido. Não dá pra passear, tá chovendo muito. Amanhã tu vai – disse ela.
Ele só olhou com um olhar raivoso, sem dizer nada. Aliás, era essa outra característica marcante do Tayson: ele nunca falava. No máximo um ‘au,au,au’ ou um ‘grrrr’. Ele se sentia tão superior aos demais que jamais manteve uma conversa com outro ser, nem mesmo com os de sua espécie. Imagine então a expressão dele enquanto ouvia o discurso de sua dona sobre os motivos dele não poder passear. Uma chuvinha de nada não era desculpa. Ela ia ver do que ele era capaz, pensava, o Tayson. Se eles achavam que ele era só um cachorro, fedido e sem importância, estavam muito enganados. Em sua cabeça, planejou a vingança.
Quando a Beth fosse para o andar de cima, invadiria a sala e quebraria o enfeite favorito dela: uma estátua de um faraó cortando as unhas das patas de uma gazela. Ah, e também teria o cocô, lógico. Estava necessitando defecar, já que ninguém teve a dignidade de levá-lo passear. Era só a questão dela subir e colocar em ação o plano. Não deu 10 minutos e a Beth subiu para arrumar as camas.
O Tayson esperou um pouco, para ver se ela não tinha ido apenas buscar algo, e entrou, na ponta dos pés, no território inimigo. Na entrada já ergueu a perna para marcar presença. O intestino também pediu atenção. O Tayson depositou uma merda daquelas bem moles no meio do tapete de origem egípcio da sala de sua dona. A arte já tinha sido grande, mas não era o suficiente. Sempre que chovia ou alguém tinha coisas mais importantes para fazer, ele ficava sem passear. O Tayson já estava cansado. Anos e anos sendo deixado em segundo plano. E ainda apanhava quando enchia muito o saco. Não, não podia mais ser assim. A partir daquele momento, seria ‘olho por olho, dente por dente’, pensou. O guaipeca ergueu a cabeça e viu o seu alvo. Era uma estátua um tanto altiva. O rei egípcio devia ser o Tutâncamon. Mas isso não interessava para o Tayson. A vingança era a única coisa que ele imaginava. Observou mais um pouco antes de decidir a tática que adotaria. Calmamente se aproximou do objeto. Ergueu-se até a altura da toalha que ficava abaixo do faraó e apoiou -se nas duas patas traseiras. Com o canino direito, puxou o tecido. O faraó e a gazela se espatifaram no chão. O Tayson acabara de quebrar o enfeite preferido de sua dona. E, todo vira-lata sabe, é um dos princípios da escola de vira-latas pulguentos: jamais quebre o enfeite favorito de sua dona. O Tayson, realmente, estava em maus lençóis. Enquanto procurava um lugar para se esconder na expectativa de não receber uma bela de uma surra, ele ouviu um berro lá de cima:
- Tayson, eu já to descendo, seu safado. Se esse barulho era minha estátua, tu tá ferrado.

Em um, dois ou no máximo três dias, será postado o segundo capítulo do folhetim que mostra a trajetória do maior contrabandista de pulgas do sul da cidade. Aguardem!

segunda-feira, 24 de março de 2008

O Mercador de Pulgas - Em Breve

A história do maior contrabandista de pulgas do sul da cidade será o tema do próximo folhetim de 'O Furúnculo'. O primeiro capítulo será postado na próxima sexta-feira. Aguardem!

quarta-feira, 5 de março de 2008

O Seqüelado - Último Capítulo

Ao abrir os olhos, o Seqüelado não entendeu mais nada. A última lembrança que tinha antes de adormecer era de estar jogado na rua, completamente abandonado por seus amigos. Não recordava ao certo quanto tempo ficara lá, só sabia que parecia ter sido uma eternidade. O que estaria acontecendo agora? Essa era a grande dúvida. Estava deitado, num quarto que jamais vira na vida. Resolveu sair para ver se descobria algo. A mesa estava posta, mas o apartamento, vazio. Achou melhor voltar para a cama, a ressaca da noite anterior ainda não havia passado.
Ao deitar, o Seqüelado ouviu um ruído. Alguém abrira a porta. Fingiu estar dormindo a fim de entender o que estava acontecendo.
- Já acordou, amor? – chamava uma suave voz lá do outro lado da moradia.
O Seqüelado nada respondeu. Ficou imaginando quem poderia ser. Amor? Quem poderia lhe chamar de amor? A única vez que sentira algo que julgara ser amor, havia sido apunhalado pelas costas no momento em que a relação parecera ter chegado ao seu ápice. Desde aquele instante, no entanto, desistiu de enfrentar qualquer coisa que pudesse virar um amor.
- As mulheres não valem nada, são tudo umas vagabundas... – dizia, para quem quisesse ouvir.
Mas o discurso era só da boca para fora. Por dentro, um sentimento de vazio remoia seu coração. Nenhuma garota que conheceu conseguira ocupar o lugar deixado vago, após aquela noite, em que tinha apenas 16 anos. Ninguém jamais entendeu o Seqüelado. As razões dele jamais investir a sério em outra mulher. Mesmo alvo de constantes piadas de seus amigos, continuou com suas convicções próprias. Agora, essa história aí, alguém chamando ele de amor...Quem poderia ser?!
- Abre os olhos... – sussurrou, a mesma suave voz que ouvira antes.
E o Seqüelado obedeceu, como um puddle que segue sua dona onde ela for.
- Carol...Você?!...Mas, como?
- Eu te vi lá na rave. Queria falar com você... Mas quando ia me aproximar, uma loira começou a te bater. Depois que você foi expulso da festa, resolvi te seguir... Fui até aquela boate suja, fiquei lá fora, te esperando... Mas acabei pegando no sono...
O Seqüelado tava encantado. Aquele rosto, tão perto, depois de todo esse tempo. Os sentimentos refloresciam como num conto de fadas.
- Quando acordei – continuou a Carol – a boate já estava fechada. Decidi voltar para casa. Mas, no caminho, te encontrei, jogado na sarjeta... Te trouxe para cá, Matheusinho... – terminou ela, toda carinhosa...
Uma lágrima escorreu dos olhos do Seqüelado.
- Por quê? Aquela noite... – disse ele, meio gago.
- Não, aquela noite não, Matheusinho. Foi a pior da minha vida. Eu te amava, te amava muito. Só eu sei o quanto foi difícil te deixar. Mas, tinha que deixar aquela cidade. A situação do meu irmão era insustentável. Você sabe dos problemas dele. A gente aceita, né?! Mas sabe como são as pessoas, seria uma vergonha para minha família...
- É, eu sei. Foi difícil para mim aceitar tudo isso. Nunca consegui te esquecer. Ainda mais há dois meses atrás, quando vi teu irmão na Boca de Ouro. Achei que você pudesse estar de volta. Ele tava cercado por um monte de bêbados fedorentos, que queriam...queriam você sabe o quê...Me meti numa encrenca, mas consegui falar com ele, ou ela...sei lá... Por quê Angélica?
- Sei lá, sabe como é meu maninho...
- Tá, mas deixa assim. Eu perguntei pra ele se você tava de volta. Mas ele não me respondeu, tava chapado. Queria dinheiro para falar. Mas eu não tinha... Jurou que ia me matar caso eu voltasse lá.
- Ah, então foi por isso que deu confusão ontem...
- Não, nada a ver, foi coisa dos meus amigos... Eu tava com medo de ir para lá, mas fui obrigado. Os piá me arrastaram até lá. Ontem teu irmão tava normal, não tinha cheirado nada. Quando a Angélica ia me contar sobre você, uma garrafa de cerveja atingiu a cabeça dele e fechou o pau...Só voltei a consciência agora, aqui no teu apê, Carolzinha...
- Ai, não me chama assim, Matheusinho. Tu sabe que eu não resisto...
- Não resiste ao quê, Carolzinha?!
- A nós dois, Matheusinho...
E, naquele instante, naquele quarto, o Seqüelado encontrou o amor que pensara ter perdido. O amor de uma mulher. O amor de uma mulher, vestida de mulher...

FIM

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O Seqüelado - 4º Capítulo

- Tu já viu o pomo de adão dela? – gritei, alertando o Seqüelado.
- Já, já meu... Tri massa... – respondeu, enquanto dançava com ela...ele...
Quando virei as costas, cansado das tentativas frustradas de fazer o Seqüelado gostar de mulher, ele complementou...
- Tava com saudades dela, da Angélica...Fazia um tempão que não a via, até pensei que ela tava braba comigo...
- QUÊ?!
- É que eu tava devendo um dinheiro pra ela de uma outra noite, por isso que não queria vir aqui. Achei que ela ia querer bater em mim. Tu já viu o tamanho do braço dela?! Tava me cagando de medo...
Aquilo foi a gota d’água. O Seqüelado não era só meio viado, era um viado completo. As mulheres que ele andava pegando, eram, na verdade, homens. Aquilo soou muito mal na galera. Uma ira tomou conta de todos.
Uma garrafa de cerveja logo voou na cabeça do traveco do Seqüelado. Um soco atingiu uma puta que veio em auxílio. Um pontapé pegou no estômago da garçonete. A confusão era generalizada e tudo porque...porque o Seqüelado gostava de homem. Tantos anos de convivência, tantos momentos juntos. E ele era viado. Não meio viado, daqueles que pegam mulher. O Seqüelado era um viado completo. Que pega homem, e tudo.
O passado se explicava. O Seqüelado sempre foi um cara precoce. Aos 12 anos, entrou em coma alcoólico pela primeira vez, depois de exagerar numa festinha com as coleguinhas de classe. Um ano depois, desapareceu um fim de semana inteiro. Os pais dele já estavam desesperados, quando finalmente ele foi encontrado pela polícia: em um quarto de motel barato, algemado e com os olhos vendados. Aos 16 anos, a primeira e última namorada: a Carol. Ela era, digamos, uma moça não muito respeitável. Mas, cegado pelo amor, ou sei lá o quê, o Seqüelado não largava dela. Parecia um puddle atrás de sua dona. A Carol tinha ele na palma da mão. Ela, de jeito algum, dava o que o Seqüelado queria...
- Só depois de dois meses... – dizia, a safada.
Demorou dois meses, mas o momento tão aguardado chegou. Foi naquela noite que eu conheci o Seqüelado, através de uns amigos em comum. Na época, eu não sabia muito sobre ele. Só sei que no dia seguinte depois do momento tão aguardado, a Carol deu um pé na bunda do Seqüelado. Essa história virou uma lenda, já que o Seqüelado jamais revelou a versão verdadeira e ela, sumiu do mapa, paradeiro desconhecido.
Mas, agora, ali na Boca de Ouro, tudo fazia sentido. O Seqüelado gostava de homens vestidos como mulheres. E ele esperava que a Carol fosse um homem, vestido de mulher. E a Carol não era. Era uma safada, que não valia muita coisa, mas era uma mulher. Uma mulher, vestida de mulher.
Mesmo decepcionados com a farsa do Seqüelado, ainda fizemos um último ato de amizade ao retirá-lo da boite após a confusão. Atiramos ele numa sarjeta em uma rua escura e o deixamos lá: embriagado, desonrado e sem dinheiro...

E agora? Como acabará a trágica noite do Seqüelado? Confira no último capítulo de... O Seqüelado!!!
ATENÇÃO: o final só será postado após 7 comentários deixados no 4º capítulo... façam suas apostas... o que acontecerá com "O Seqüelado"?

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O Seqüelado - 3º Capítulo

Foi uma batalha tirar o Seqüelado de dentro do Voyage 84 quando estacionamos na frente da Boca de Ouro. Ele esperneava, contorcia-se, chutava qualquer um que aparecesse na frente. Parecia uma cabrita com ataque epilético. Não podia suportar a idéia de adentrar aquele estabelecimento. O Seqüelado agarrou-se com todas as forças ao puta-merda daquela carroça. Tivemos que apelar: puxei-o pelas pernas enquanto alguém ameaçava cortar os longos cabelos negros do Seqüelado. Em pouco tempo, rendeu-se. Arrastamos ele até a Boca de Ouro.
Mulheres de índole indecente desfilavam seus corpos semi-nus para os clientes. Tinha para todos os gostos. Morena safada do estilo potranca, loirinha filé-mignon com cara de safada, ruiva desdentada com seios siliconado... Aquilo era um antro da perdição.
Pedimos algumas cervejas. As vadias logo vieram dançar para nós. O Seqüelado, mais tranqüilo, desfrutava o momento. Em pouco tempo já estava mais animado e começou a se soltar.
- Vocês são maravilhosas, maravilhosas... – gritava, extasiado.
Lá do outro lado do salão, avistei uma morena que vinha na direção de nossa mesa. Quando ela chegou perto, vi que não era lá tudo isso, era magrinha, mais feia do que bonita... Mas, para o Seqüelado, já estaria mais do que bom. Resolvi ir negociar os preços com ela. Porém, antes que eu pudesse me aproximar, o Seqüelado já conversava com a morena. Pareciam dois velhos amigos. Cochichavam um no ouvidinho do outro. Parei de beber para prestar mais atenção naquela cena. Observei melhor a puta. Era alta, devia ter mais ou menos um metro e setenta e cinco. Com o salto, ficava maior ainda. As coxas eram finas. A cintura, também.
- Bom, para o Seqüelado já está mais do que bom... – pensei.
O papo continuava rolando entre os dois. Já imaginava que não precisaríamos nem desembolsar grana para conseguir uma mulher para o Seqüelado. Naquela noite, ele se resolveria sozinho. Continuei olhando os dois, quando vi que tinha algo de errado.
Fiquei preocupado, preocupado mesmo. O futuro do Seqüelado estava em jogo. Será que ele não havia percebido? Não, não pode ser. Um pensamento veio à minha cabeça. Será que não era só coincidência os dois conversarem como velhos amigos? Qual o motivo dele não querer vir para a Boca de Ouro? Ele sabia, sabia sim. Tava na cara que o Seqüelado sabia que a morena estaria lá. É por isso que ele se recusava veementemente a entrar. Tá certo que para ele mulher era uma coisa circunstancial.
- Poucas, mas boas! – dizia o Seqüelado, vez por outra.
Mas aquilo, aquilo era demais. Como não perceber um troço daqueles?
O Seqüelado, naquela hora da madrugada, já estava totalmente embriagado. Pobre criatura, vai cair na armadilha, pensei. Decidi agir, ajudar meu amigo a se livrar daquela morena... Falsa morena...

O que a morena tem de errado? O Seqüelado conseguirá se livrar da armadilha?
Em breve, no quarto capítulo do estimulante folhetim... O Seqüelado!!!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Qual a cor do uniforme do Nacional de Patos?

Alguém aí sabe? Eu, honestamente, não sei. Vou fazer uma pesquisa no google pra ver se descubro alguma coisa. Antes do sorteio das chaves da Copa do Brasil, eu não sabia nem da existência desse time aí, imagine então a cor da camisa.
Culpa da politicagem que impera no segundo maior torneio de futebol do país. Inchada com times de terceira e quarta linha, as primeiras duas fases praticamente não apresentam quaisquer dificuldades para as equipes que realmente disputam o título. Em um jogo ou outro, normalmente o de ida, até pode acontecer alguma coisa. Mas na volta, o pequeno recebe uma sacolada de gols e volta com a cabeça inchada para os seus domínios.
A proposta que este blog apresenta não é a extinção da essência desta competição: a de levar o futebol para todos os cantos do país. “O Furúnculo” apenas levanta a hipótese de selecionar aqueles que jogarão com os maiores clubes. Fases preliminares regionais indicariam apenas os candidatos qualificados para, eventualmente, serem uma zebra no enfrentamento com os times grandes.
Amanhã, em Patos, mais um exemplo da monotonia inicial da Copa do Brasil. O Inter vai com que tem de melhor para o embate com o Nacional. Se for bem, ganha por mais de 2 a 0 e mata o confronto aí mesmo. Se for mal, empata ou vence por menos de dois gols e acaba com o passatempo no Beira-Rio, semana que vem.
O primeiro sparring do Colorado tem no título estadual do ano passado a maior glória de seus 46 anos de vida. Nesta temporada, porém, até o nível doméstico decaiu. No último domingo, o Nacional perdeu em casa, no Estádio José Cavalcanti, por 2 a 0 para o Queimadense (quem?!) e foi eliminado do primeiro turno do regional paraibano.
Ah, antes que eu me esqueça: o Nacional de Patos é verde. Verde demais para agüentar a pressão do Colorado...